Roça sem fogo e manejo rotacionado

Para que Paragominas se transforme em uma economia de baixo carbono, dois desafios relacionados à cobertura vegetal ainda precisam ser superados: o desmatamento e as queimadas. Antes de tudo, é preciso entender que as duas práticas trazem mais problemas do que benefícios, não só́ do ponto de vista ambiental como do econômico também. Do outro lado, há recompensas e vantagens cada vez mais visíveis para quem cumpre a lei e vai além, com a adoção de técnicas sustentáveis de produção.

O esforço de erradicar práticas agropecuárias que esgotam os recursos naturais deve ser de todos. É preciso que o pequeno, o médio e o grande produtor rural tenham o mesmo entendimento sobre o uso da terra como um patrimônio que precisa ser cuidado e que há meios de fazer isso, com ganhos de produtividade e, consequentemente, mais rentabilidade.

Não é preciso desmatar para produzir

A agricultura de baixo carbono compreende várias ações no sentido de implementar um novo modo de produção, com capacidade de aumentar a produtividade e diminuir custos através da produção e manejo da biomassa, deixando de lado o desmatamento e as queimadas.

Exemplo disso é o microzoneamento, um método de ordenamento territorial que permite adequar usos da terra e aptidões dos solos em todas as propriedades rurais do município. Outro é a recuperação de pastagens degradadas, que pode ser feita por meio de técnicas que estão ao alcance dos produtores rurais.

Ambas são instrumentos fundamentais para alcançar os compromissos da Política Nacional sobre Mudanças do Clima (Lei nº 12.187/09) de redução da emissão de gases de efeito estufa.

Em pastagens oriundas de desmatamentos, os solos encontram-se degradados pelo uso repetido do fogo ao longo das décadas, bem como pelo manejo extensivo do pasto. Essas condições não permitem o descanso das plantas forrageiras e, por isso, acabam agravando a degradação do solo e comprometem a rentabilidade da atividade.

No entanto, com técnicas simples de manejo rotacionado dinâmico e uma leve adubação mineral, é possível e barato aumentar fortemente a produção da biomassa forrageira. Com esse manejo, a biomassa forrageira consegue restaurar as condições de fertilidade natural do solo rapidamente.

Outra técnica que contribui para a eficiência do uso da terra é o plantio de árvores nas pastagens. Suas sombras dão conforto aos animais, aumentam resiliência da vegetação durante as secas e, além disso, melhoram a saúde do solo.

Com essas soluções a rentabilidade aumenta, usa-se menos espaço e o desperdício de recursos naturais diminui.

Mais sobre roça sem fogo

Para fertilizar o solo e afastar as plantas invasoras sem recorrer ao fogo e à cinza, pode-se utilizar plantas de serviço, consorciadas com plantas comerciais.

Suas funções são de cobrir e proteger o solo, de transformar em fertilizantes gases atmosféricos como gás carbônico ou nitrogênio.  Isso vai conservar a umidade do solo, evitando a erosão e trazendo nutrientes para as plantações.
Além de não emitir carbono na atmosfera, a roça sem fogo ainda é capaz de capturá-lo para ajudar no crescimento das plantas.

Mais sobre manejo sustentável

É natural que o gado bovino emite gás metano, para digerir a forragem que ingere. Mas a quantidade  aumenta muito se a folhagem for fibrosa em vez de macia. Isso acontece em manejos extensivos, típicos da pecuária tradicional da Amazônia. Com o manejo rotacionado, isto é, com períodos curtos de pastejo e de descanso para recuperação do pasto, o gado vai comer apenas folhagens novas, cheias de proteínas e fáceis de digerir. Ele ganha peso mais rapidamente, e emite menos metano. Também com a integração lavoura pecuária, o gado se alimenta com ração de milho, que reduz a produção de metano.

Com a roça sem fogo, é possível preparar uma área de plantio, afastando a vegetação, que se transformará em palhada na superfície. Isso vai conservar a umidade do solo, evitando a erosão e dando nutrientes para as plantações,
além de não emitir, e sim capturar carbono para ajudar no crescimento das plantas.

O metano, que causa o efeito estufa e é emitido pelo aparelho digestivo do gado ao comer muitas fibras, pode ser
reduzido. Com o manejo rotacionado, isto é, com períodos de descanso e recuperação do pasto, o gado vai comer
apenas folhagens novas e com pouca fibra, diminuindo a sua emissão de metano.

Consumo responsável

Podemos, por exemplo, dar preferência ao consumo de alimentos produzidos em “roças sem fogo”, estimulando mais
agricultores/as a produzirem desta forma. E optar por comprar leite e carne de propriedades que fazem manejo de
pastagens com menos emissão de metano na atmosfera.

Sobre modos de consumir, o poder está nas mãos de quem compra e pode fazer escolhas que causem menos impacto ao meio ambiente, usando a regrinha dos 6 Erres. Podemos ainda dar preferência ao consumo de alimentos produzidos em “roças sem fogo”, estimulando mais agricultores/as a produzirem desta forma. E optar por comprar leite e carne de propriedades que fazem manejo de pastagens com menos emissão de metano na atmosfera.

Sobre modos de consumir, o poder está nas mãos de quem compra e pode fazer escolhas que causem menos impacto ao meio ambiente. Uma regrinha de ouro são os 6 Erres, que consistem em (1) repensar práticas de uso e consumo; (2) recusar o que não é necessário; (3) reduzir o consumo e (4) reutilizar de outras formas; (5) reparar o que está quebrado; (6) reciclar para transformar em outro objeto. Também é importante, entre outras coisas, dar destinação correta aos resíduos, para evitar que poluam rios e cursos d´água. 

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