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Aqui estão as principais notícias sobre o Paragoclima que saíram em diversas mídias, como jornais, portais, rádio e TV. Acompanhe também o que está circulando em nossas próprias redes sociais no Instagram, Linkedin e Youtube. Compartilhe, curta e torne Paragominas cada vez mais conhecida por essa iniciativa pioneira. E se quiser encontrar informações para ser um porta voz confiável desta iniciativa, consulte o Perguntas e Respostas para alinhar e comunicar de forma precisa seus objetivos e metas, bem como as ações em andamento.

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Perguntas e Respostas

  1. O que é o Paragoclima?

O Paragoclima é uma política territorial inovadora realizada na Amazônia e elaborada especificamente para o município de Paragominas. Ela busca alavancar o desenvolvimento do território, por meio de tecnologias de baixo carbono. Em maio de 2023, a iniciativa da prefeitura Municipal de Paragominas em parceria com o Cirad firmou um pacto para adotar um modelo de desenvolvimento de baixo carbono com representantes de toda a sociedade local: órgãos públicos e privados, empresas, sociedade civil, representantes de governos estaduais e federais.

Paragominas já vinha se destacando como polo de inovações para o desenvolvimento, desde 2008, quando lançou o programa Município Verde. Através dele, Paragominas deixou claro para todos que aprimorar e respeitar a legislação ambiental é um caminho seguro para o desenvolvimento da região, e não um obstáculo para o progresso.

O projeto Paragoclima é um novo passo num momento em que o debate sobre as mudanças climáticas reverbera com urgência em todo o mundo. O tema do aquecimento global coloca a Amazônia no centro de um debate global que, além de evidenciar novas responsabilidades, gera novas oportunidades e abre uma janela para que o nosso município assuma um papel de protagonista.

  1. Mas o que é carbono neutro?

O principal vilão dessa história é o excesso das emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) na atmosfera. É ele que provoca o aumento de temperatura e perturba o equilíbrio climático. Isso afeta as nossas atividades econômicas (especialmente a agricultura e a pecuária) e a nossa qualidade de vida (enchentes, queimadas). Há diversos GEEs mas os principais são o gás carbônico e o metano. Para medir a emissão desses gases, convertemos todos eles em uma unidade de medida comum: toneladas de carbono.

O excesso é resultado de atividades humanas que convertem matérias existentes na terra em GEEs. Por exemplo: a queima de carvão mineral ou de derivados de petróleo geram gás carbônico; a alimentação de bovinos com fibras vegetais gera gás metano. Por outro lado, a floresta em pé, o solo rico em minerais, e a presença de microorganismos que se desenvolvem nas águas são dinâmicas naturais que retiram o gás carbônico da atmosfera para transformá-lo nas biomassas que podem ser muito úteis para as atividades humanas. É disso que trata o conceito de desenvolvimento de baixo carbono. Seu eixo é o ciclo do carbono.

Chamamos de neutralidade de carbono o ponto de equilíbrio, ou seja, esse balanço entre emissões e sequestros de carbono (ou outros gases equivalentes a carbono). As atividades humanas podem ser organizadas para reduzir as emissões, e aumentar o sequestro. Não se trata de parar as atividades, mas de adaptá-las.

A nossa grande oportunidade é que a Amazônia naturalmente possui recursos e condições favoráveis para acelerar o ciclo do carbono: o calor e a umidade. Na Amazônia a vegetação cresce mais rapidamente e os organismos se desenvolvem de forma mais intensa tanto no solo quanto nas águas graças às temperaturas naturalmente quentes. Isso proporciona uma vantagem comparativa imensa à nossa agropecuária, quando comparada a qualquer outra bacia de produção no mundo. Escolhemos o desenvolvimento de baixo carbono porque ele dá valor à Amazônia e é isto que fundamenta a estratégia de desenvolvimento para o nosso território.

Nossa meta não é meramente ambientalista, ela é uma nova visão em prol do desenvolvimento que prioriza os desafios do século XXI: combinar progressos ambientais, sociais e econômicos a partir de práticas simples, eficientes e de fácil alcance.

  1. Quais as frentes de atuação do Paragoclima?

São cinco eixos de trabalho:

1) Atividades produtivas sustentáveis: as tecnologias de baixo carbono têm grande potencial para alavancar a produção em propriedades rurais, restaurar a produtividade em áreas degradadas pelo fogo ou pelos manejos extensivos, e garantir uma regeneração florestal de qualidade. Em todos os casos, eliminar o uso do fogo e manejar os solos são os primeiros passos, e nossas ações visam dar acesso a alternativas mais vantajosas para os agricultores.

2) Monitoramento e controle ambiental: precisamos modernizar e ampliar ferramentas e legislações para que o monitoramento e o controle ambiental sejam simplificados e publicizados, para a construção de um potente fator de desenvolvimento, transparência e atratividade territorial.

3) Ordenamento ambiental e territorial. Este eixo é ancorado no Sistema de Informação Geográfico para múltiplas ações chaves do desenvolvimento de baixo carbono: ordenar ou reordenar o uso da terra; localizar a recuperação de áreas degradadas; medir balanços de carbono ou serviços ecossistêmicos como a “produção de água” na microbacia do rio Uraim; orientar a verticalização agropecuária nas áreas rurais para a organização logística; viabilizar a regularização ambiental e a regularização fundiária. A informação espacial é fundamental em todos os planos de desenvolvimento, individuais ou coletivos, especialmente para a atuação em comunidades rurais onde se concentram desafios sociais cruciais para o município.

4) Instrumentos normativos e econômicos: aprimorar e atualizar os instrumentos jurídicos é imprescindível para amparar o desenvolvimento de baixo carbono, e atrair investidores responsáveis. O eixo prevê a renovação do código florestal municipal, o microzoneamento municipal, a prevenção e o combate a incêndios, além da certificação territorial.

5) Sociedade e conhecimento: o Paragoclima traz novos paradigmas de desenvolvimento e sustentabilidade, dando protagonismo ao nosso município frente ao mundo. Por isso nossa sociedade precisa estar segura com seus conhecimentos. Precisamos aprender muito, criar e valorizar novas ideias e formas de fazer. Nosso programa institui uma aliança entre a educação ambiental e a educação agrícola, destacando a importância das boas práticas inclusive no meio urbano, como o descarte adequado do lixo e o uso consciente da água, entre outros. Além disso, o programa promove o Fórum das Comunidades Rurais, um espaço de organização coletiva que serve de vetor de inovação para a sustentabilidade em áreas rurais.

  1. A agropecuária tem importância central na economia da região. Como alcançar a neutralidade de carbono no setor?

As práticas agrícolas são as mais importantes para o desenvolvimento de baixo carbono. Algumas delas jogam muito carbono na atmosfera, como o fogo para limpeza de pastagem, ou abertura de novas áreas e a roça de toco, essas práticas consistem na queima da floresta para realizar o cultivo nas cinzas. A pastagem extensiva é outra prática pouco eficiente sob a perspectiva da neutralidade de carbono, pois faz com que o gado emita muito mais metano do que quando ele se alimenta em pastagens bem manejadas.  

Outras práticas, pelo contrário, sequestram o carbono da atmosfera: todas as técnicas que visam a cobertura e a proteção permanente do solo – plantio direto, curvas de níveis, terraços, cultivo de plantas de serviços em sistemas integrados -, a restauração florestal, a plantação de árvores em pastagens ou áreas cultivadas. Todas elas aumentam a produtividade das terras, valorizando o patrimônio das famílias que as ocupam. Muitos agricultores já têm os recursos e já dominam as tecnologias necessárias para adotar essas boas práticas. Para outros, projetos como o Terramaz, integrante do Paragoclima, ajudam agricultores e comunidades a dar os seus primeiros passos no desenvolvimento de baixo carbono, aumentando a renda do produtor, diminuindo o esforço do trabalho, tornando-o menos penoso. O projeto também faz pesquisas para medição de balanços carbono e balanço energético em propriedades parceiras.

Além do maquinário e de profissionais especializados para operá-los nas primeiras etapas de preparo da terra, os beneficiados recebem consultorias para ampliar a produção e reativar áreas devastadas e inférteis. É uma visão que vem revolucionando o modo de desenvolvimento da agropecuária e que conta com ciência e pesquisa aplicada por parceiros como Emater, Embrapa e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Há também diálogos com Banco da Amazônia e Banpará para desenvolver linhas de crédito adaptadas, e parcerias com a SEMA estadual para dar prioridade nos processos legais.

A primeira prioridade é aumentar a produção de alimentos em assentamentos e comunidades rurais ou indígenas sem usar o fogo. Nos últimos dois anos, foram implantadas “roças sem fogo” e manejos rotacionados de pastagens, em 21 comunidades, envolvendo diretamente 162 famílias. Em 2025, a nova etapa prevê a plantação de árvores nos sistemas produtivos, com funções de adubação verde, quebra-vento, dieta dos animais, conforto térmico para o gado e para os trabalhadores, além da aceleração do sequestro de carbono.

Lembrando que o primeiro passo, o principal, é deixar de usar o fogo para qualquer função agropecuária que seja: ele arrisca devastações em toda região, lança desnecessariamente toneladas de carbono na atmosfera, esteriliza os solos, mancha a reputação do município e afasta investidores.

  1. Atualmente, quais as comunidades beneficiadas diretamente pelas ações no setor de agropecuária?

Somando os beneficiados pelos Fóruns das Comunidades e pelas ações diretas de intensificação agropecuárias, são 39 comunidades rurais. Destas, seis são aldeias Tembé, representando o total de 431 famílias beneficiadas e 547 hectares manejados em áreas de agricultura, pecuária e agroflorestas, com populações indígenas, assentadas, colônias e fazendas. Também já foram realizadas avaliações de desempenho ambiental em 33 fazendas de médio e grande porte, totalizando 65.000 hectares avaliados no município.

  1. Em um programa focado no desenvolvimento, qual a importância de apostar na educação ambiental?

A educação, no sentido amplo, diz respeito a todo um novo conhecimento que uma pessoa, um profissional, ou até uma organização coletiva, pode adquirir. Neste sentido, o desenvolvimento de baixo carbono requer a aprendizagem de todos. O agricultor, e com eles todos os profissionais, aprendem a desenvolver as boas práticas de cultivo e abandonar aquelas que não correspondem mais aos parâmetros de sustentabilidade e eficiência energética que são cada vez mais exigidas pelo mercado (nacional e internacionalmente). Mas isso não encerra a questão. Os cidadãos, os consumidores, os investidores, toda a cadeia produtiva também precisa aprender a premiar quem faz o certo, e repudiar quem insiste em prejudicar o território por benefícios próprios.

Existe também um objetivo estratégico na educação escolar. Além da educação ambiental ser fundamental para ensinar a preservar a natureza, é importante mostrar as vantagens da agricultura, valorizar a figura do agricultor, e destacar a qualidade de vida nas comunidades rurais, dar importância ao rural como um todo (incluindo as dimensões sociais, econômicas e ambientais). Queremos combater a ideia de que só tem qualidade de vida quem mora na cidade, e defender a ideia que o campo é um espaço de progresso. A sustentabilidade dos nossos territórios necessita que haja comunidades rurais numerosas, organizadas, prósperas e atrativas.

Tal concepção de educação escolar recebeu o nome de Salas para o Futuro, e usa o programa Sistemas Agroflorestais (SAF) nas escolas para ensinar as crianças a arte de plantar árvores, cultivá-las e as acompanhar. Trata-se da educação agroambiental de forma transversal em todas as disciplinas, inclusive com o desenvolvimento de hortas e bosques nas escolas, onde serão cultivadas espécies regionais, como cacau e cupuaçu. Está também em desenvolvimento o material de apoio à essa nova educação agroambiental, que será disponibilizado online para que outras escolas e instituições possam usufruir.

 

1. Por que criar um programa de educação ambiental dentro de um projeto de desenvolvimento baixo carbono no município?

O Paragoclima é um programa cujo resultado depende integralmente da adesão de muitos setores da sociedade, de participação e engajamento nas ações por parte de vários segmentos. Mas as crianças, os jovens, as famílias e toda a comunidade escolar não podem ficar de fora porque representam a força da população.  Sem a sua compreensão e valorização do desenvolvimento de baixo carbono esse movimento de mudança ou transição não terá o enraizamento na profundidade necessária para acontecer.

Por isso, a educação ambiental com a temática das mudanças climáticas e do desenvolvimento de baixo carbono é tão importante no contexto do Paragoclima. Por meio das crianças e jovens, chegamos também nas famílias e ali estão pessoas que trabalham em diversos setores da economia local, desde o pequeno produtor rural até o grande pecuarista. Nesse sentido, além da formação de alunos e alunas que o Programa de Educação Ambiental Paragoclima vai promover, é importante contar com pequenos porta-vozes dessa causa e uma comunidade envolvida no desafio a partir das escolas de Paragominas.

2. Qual é o objetivo do Programa?

O Programa de Educação Ambiental Paragoclima – PEAP quer criar uma visão de futuro comum, baseada em benefícios sociais, econômicos e ambientais para todo(a)s e na busca de cada um(a) por melhoria da qualidade de vida no território. Para isso, vai levar ao conhecimento da comunidade escolar formada por professora(e)s, gestora(e)s, funcionário(a)s de apoio, aluna(o)s e famílias os desafios do Paragoclima e mostrar a importância da sua participação, informando como as mudanças climáticas e o desenvolvimento de baixo carbono, temas centrais do programa, afetam a vida de toda a população de Paragominas. 

Seus objetivos são estimular o protagonismo de estudantes como agentes de mudança, e apoiar educadora(e)s como mediadoras(es) do conhecimento; estabelecer as relações entre os conceitos apresentados e o cotidiano de crianças e adultos, de áreas rurais e urbanas, para dar sentido à aprendizagem e promover reflexões críticas da realidade, assim como desenvolver competências e habilidades previstas no EF I e EF II, integrando a educação ambiental à rotina escolar, promovendo a transdisciplinaridade e a interdisciplinaridade.    

3. Como é o perfil da população em idade escolar no município?

Na pirâmide etária de Paragominas, ao contrário do que acontece hoje no Brasil, a infância e a juventude são preponderantes e essas gerações precisam estar no centro das atenções para entender e atuar de forma consciente nesse tema, pelo seu próprio bem, já que se trata do seu futuro. Cerca de 25% da nossa população de 105.550 pessoas tem 0 a 14 anos de idade, enquanto no Brasil essa proporção é de menos de 20%. E indivíduos de 0 a 29 anos ultrapassam 50% da população de Paragominas, enquanto o Brasil tem cerca de 44% nessa faixa etária.

Ou seja, este é um município em que a infância e a juventude têm uma presença maior do que a média brasileira e um potencial de mudanças que se projeta por muitos anos à frente. É preciso enxergar isso como um bônus demográfico favorável para criar desde cedo uma cultura de responsabilidade socioambiental no território.

4. Quem será alcançado pelo Programa de Educação Ambiental Paragoclima?

O Programa de Educação Ambiental Paragoclima-PEAP é uma iniciativa aberta a todas as escolas de Paragominas. Seu conteúdo foi desenvolvido com foco em estudantes a partir do 4º ano do Ensino Fundamental I até o 9º ano do Ensino Fundamental II da rede municipal, cujos professores serão diretamente envolvidos.

Demais escolas do município que atendem alunos e alunas desta faixa etária – de 9 a 14 anos -, matriculado(a)s em redes estaduais e privadas ou que frequentem instituições de educação complementar no município, poderão baixar gratuitamente o material digital disponível no site paragoclima.com.br, caso queiram aplicar o programa.

O PEAP deverá alcançar cerca de oito mil alunos envolvidos diretamente na rede pública municipal, cujas equipes pedagógicas receberão material impresso. Ao todo, serão 63 escolas alcançadas e cerca de 480 professores. Além disso, todo esse material estará disponível em meio digital no site paragoclima.com.br, para ser acessado por outras escolas e, quem sabe poderá inspirar também outros municípios.

5. Quais os temas serão tratados neste programa?

Vamos tratar de temas como mudanças climáticas, a começar por conceitos básicos como o que é clima, qual a diferença entre efeito estufa e aquecimento global, por que os gases de efeito estufa aumentaram no planeta e também desenvolvimento de baixo carbono, abordando o que é desenvolvimento, os tipos de desenvolvimento, e o que quer dizer economia de baixo carbono, passando por quais atividades são responsáveis por aumentar o efeito estufa e o que é preciso para evitar as mudanças climáticas. 

Mas, para além de aprender sobre tudo isso, os estudantes serão motivados a entender seu papel nesse contexto. Por isso, a sequência didática prevê uma abordagem sobre o que nós podemos fazer e qual é o nosso papel nessa história, dando às crianças jovens mais protagonismo. Por fim, o programa pretende levá-los a transformar Paragominas no lugar em que querem viver e a pensar o que é preciso fazer diferente para que esse sonho comum se torne realidade, com uma cidade com mais qualidade de vida e bem estar. 

6. Como os educadores devem encarar o desafio de trabalhar temas tão complexos?

O conteúdo pedagógico deste programa vai tratar de assuntos que podem parecer difíceis à primeira vista, mas estão no nosso cotidiano e precisam ser entendidos. Expressões como  “desenvolvimento de baixo carbono” ou “mudanças climáticas” vão se tornar cada vez mais frequentes no nosso vocabulário dentro e fora da escola.

Para orientar a produção deste material e contar com o engajamento dos educadores na aplicação do PEAP, alinhamos todo o conteúdo ao Documento Curricular do Município (DCM), e à Base Nacional Comum Curricular. Desse modo, o programa vem contribuir com o planejamento pedagógico dos professores e não será mais uma atividade extra ao currículo, oferecendo inclusive tabelas que correlacionam as competências e habilidades previstas no DCM e na BNCC. 

Com uma abordagem transdisciplinar e interdisciplinar, o caderno do/a professor/a propõe conteúdos que atravessam as diferentes áreas do conhecimento, como Linguagens (Língua Portuguesa, Arte e Educação Física), Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas (Geografia e História), trazendo para o universo escolar questões que surgem a partir da comunidade e afetam a vida em sociedade.

7. Como o programa será implementado na prática?

Serão distribuídos 500 kits pedagógicos nas escolas da rede municipal , contendo Caderno do Professor, um jogo de tabuleiro e um cartaz didático de apoio. Além disso, o site paragoclima.com.br terá conteúdos desenvolvidos exclusivamente para apoiar as equipes docentes no seu trabalho. Assim, serão disponibilizados planos de aula para cada temática do Caderno do Professor, conteúdos complementares que podem ser acessados pelo celular via QRCode e documentos com as competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) que podem ser trabalhadas pelos professores de forma transversal nas disciplinas do currículo.

A proposta é apresentar conceitos básicos sobre mudanças climáticas e desenvolvimento de baixo carbono, que estão no centro das ações do Paragoclima, oferecer atividades pedagógicas que possam ser adaptadas pelos educadores para turmas de 4o ao 9o anos, considerando suas capacidades de intervir na realidade à sua volta , contextualizar e localizar no território de Paragominas os desafios, dando-lhes sentido de proximidade e de oportunidade de ação.

8. E como o programa pretende alcançar também as famílias?

Esperamos que o tema abordado desperte o interesse não só dos estudantes e professores de Paragominas, das áreas rurais ou urbanas, mas também de suas famílias. Afinal, estamos falando de um assunto que afeta todo mundo e vai ser importante para o futuro das nossas comunidades. Com atividades como exposições de trabalhos dos estudantes, a partir da produção de mapas e linhas do tempo, o programa  deve atrair também o interesse de pais e responsáveis sobre o tema.

Se toda a comunidade escolar se apropriar desse conhecimento, vamos transformar Paragominas em um lugar onde a população terá um propósito comum, e será capaz de agir em prol de mudanças positivas para o nosso bem viver, em condições econômicas, sociais e ambientais sustentáveis. Afinal, quem não quer viver em um lugar com menos resíduos, menos enchentes e outros desastres climáticos, com mais verde e mais saúde para todas as pessoas?

Como parte do Paragoclima, o PEAP é uma estratégia de construção de um novo modelo de desenvolvimento para Paragominas, em que as famílias e suas crianças ocupam um lugar central, porque busca garantir a elas o direito de viver em um lugar com qualidade de vida, com um ambiente saudável e oportunidades para o futuro.

9. Qual a função do jogo da Trilha do Bem-viver dentro do programa?

A ideia é que o jogo seja uma atividade pedagógica lúdica que facilite a compreensão de alunos e alunas sobre as questões climáticas e sobre as oportunidades de desenvolvimento de baixo carbono no lugar em que vivem, de forma mais contextualizada e próxima da sua realidade, dentro de Paragominas.

Sua proposta é apontar os desafios e as potencialidades que existem para o bem-viver de todo/as no do território, mostrando caminhos e soluções que envolvem seu futuro, valorizando as riquezas culturais, o patrimônio ambiental e a paisagem, por meio de uma trilha que percorre alguns dos temas mais relevantes para quem vive na Amazônia.

Trata-se de um jogo de trilha, conhecido por todos, em que se lança o dado para percorrer as casas. Neste caso, a proposta é que seja uma trilha de conhecimentos sobre Paragominas, nos aspectos ambientais e socioculturais, valorizando a convivência entre a população de Paragominas e o meio ambiente. Essa jornada tem caráter colaborativo e todos saem ganhando!

Essa jornada pelo Jogo Trilha do Bem-viver Paragoclima oferece interessantes passagens por vídeos, livros, curiosidades, informações e paisagens locais. E estimula o uso de tecnologias dentro da escola, como é o caso dos QRCodes, levando a uma experiência colaborativa que pode resumir o que se chama de saber viver na Amazônia, ao promover uma convivência harmoniosa entre a população e seu meio ambiente.

10. O que respalda a criação de um programa como este no município?

O Programa de Educação Ambiental Paragoclima está calcado em diretrizes como a da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA – lei nº 9.795, 27 de abril de 1999): “Art. 2º  A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”.

Além disso, o programa também está alinhado à Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC – lei nº 12.187, 29 de dezembro de 2009), que prevê como um dos seus instrumentos, no artigo 6º,  “medidas de divulgação, educação e conscientização” sobre o tema.

 

  1. O que é o Paragoclima?

O Paragoclima é uma política territorial inovadora realizada na Amazônia e elaborada especificamente para o município de Paragominas. Ela busca alavancar o desenvolvimento do território, por meio de tecnologias de baixo carbono. Em maio de 2023, a iniciativa da prefeitura Municipal de Paragominas em parceria com o Cirad firmou um pacto para adotar um modelo de desenvolvimento de baixo carbono com representantes de toda a sociedade local: órgãos públicos e privados, empresas, sociedade civil, representantes de governos estaduais e federais.

Paragominas já vinha se destacando como polo de inovações para o desenvolvimento, desde 2008, quando lançou o programa Município Verde. Através dele, Paragominas deixou claro para todos que aprimorar e respeitar a legislação ambiental é um caminho seguro para o desenvolvimento da região, e não um obstáculo para o progresso.

O projeto Paragoclima é um novo passo num momento em que o debate sobre as mudanças climáticas reverbera com urgência em todo o mundo. O tema do aquecimento global coloca a Amazônia no centro de um debate global que, além de evidenciar novas responsabilidades, gera novas oportunidades e abre uma janela para que o nosso município assuma um papel de protagonista.

  1. Mas o que é carbono neutro?

O principal vilão dessa história é o excesso das emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) na atmosfera. É ele que provoca o aumento de temperatura e perturba o equilíbrio climático. Isso afeta as nossas atividades econômicas (especialmente a agricultura e a pecuária) e a nossa qualidade de vida (enchentes, queimadas). Há diversos GEEs mas os principais são o gás carbônico e o metano. Para medir a emissão desses gases, convertemos todos eles em uma unidade de medida comum: toneladas de carbono.

O excesso é resultado de atividades humanas que convertem matérias existentes na terra em GEEs. Por exemplo: a queima de carvão mineral ou de derivados de petróleo geram gás carbônico; a alimentação de bovinos com fibras vegetais gera gás metano. Por outro lado, a floresta em pé, o solo rico em minerais, e a presença de microorganismos que se desenvolvem nas águas são dinâmicas naturais que retiram o gás carbônico da atmosfera para transformá-lo nas biomassas que podem ser muito úteis para as atividades humanas. É disso que trata o conceito de desenvolvimento de baixo carbono. Seu eixo é o ciclo do carbono.

Chamamos de neutralidade de carbono o ponto de equilíbrio, ou seja, esse balanço entre emissões e sequestros de carbono (ou outros gases equivalentes a carbono). As atividades humanas podem ser organizadas para reduzir as emissões, e aumentar o sequestro. Não se trata de parar as atividades, mas de adaptá-las.

A nossa grande oportunidade é que a Amazônia naturalmente possui recursos e condições favoráveis para acelerar o ciclo do carbono: o calor e a umidade. Na Amazônia a vegetação cresce mais rapidamente e os organismos se desenvolvem de forma mais intensa tanto no solo quanto nas águas graças às temperaturas naturalmente quentes. Isso proporciona uma vantagem comparativa imensa à nossa agropecuária, quando comparada a qualquer outra bacia de produção no mundo. Escolhemos o desenvolvimento de baixo carbono porque ele dá valor à Amazônia e é isto que fundamenta a estratégia de desenvolvimento para o nosso território.

Nossa meta não é meramente ambientalista, ela é uma nova visão em prol do desenvolvimento que prioriza os desafios do século XXI: combinar progressos ambientais, sociais e econômicos a partir de práticas simples, eficientes e de fácil alcance.

  1. Quais as frentes de atuação do Paragoclima?

São cinco eixos de trabalho:

1) Atividades produtivas sustentáveis: as tecnologias de baixo carbono têm grande potencial para alavancar a produção em propriedades rurais, restaurar a produtividade em áreas degradadas pelo fogo ou pelos manejos extensivos, e garantir uma regeneração florestal de qualidade. Em todos os casos, eliminar o uso do fogo e manejar os solos são os primeiros passos, e nossas ações visam dar acesso a alternativas mais vantajosas para os agricultores.

2) Monitoramento e controle ambiental: precisamos modernizar e ampliar ferramentas e legislações para que o monitoramento e o controle ambiental sejam simplificados e publicizados, para a construção de um potente fator de desenvolvimento, transparência e atratividade territorial.

3) Ordenamento ambiental e territorial. Este eixo é ancorado no Sistema de Informação Geográfico para múltiplas ações chaves do desenvolvimento de baixo carbono: ordenar ou reordenar o uso da terra; localizar a recuperação de áreas degradadas; medir balanços de carbono ou serviços ecossistêmicos como a “produção de água” na microbacia do rio Uraim; orientar a verticalização agropecuária nas áreas rurais para a organização logística; viabilizar a regularização ambiental e a regularização fundiária. A informação espacial é fundamental em todos os planos de desenvolvimento, individuais ou coletivos, especialmente para a atuação em comunidades rurais onde se concentram desafios sociais cruciais para o município.

4) Instrumentos normativos e econômicos: aprimorar e atualizar os instrumentos jurídicos é imprescindível para amparar o desenvolvimento de baixo carbono, e atrair investidores responsáveis. O eixo prevê a renovação do código florestal municipal, o microzoneamento municipal, a prevenção e o combate a incêndios, além da certificação territorial.

5) Sociedade e conhecimento: o Paragoclima traz novos paradigmas de desenvolvimento e sustentabilidade, dando protagonismo ao nosso município frente ao mundo. Por isso nossa sociedade precisa estar segura com seus conhecimentos. Precisamos aprender muito, criar e valorizar novas ideias e formas de fazer. Nosso programa institui uma aliança entre a educação ambiental e a educação agrícola, destacando a importância das boas práticas inclusive no meio urbano, como o descarte adequado do lixo e o uso consciente da água, entre outros. Além disso, o programa promove o Fórum das Comunidades Rurais, um espaço de organização coletiva que serve de vetor de inovação para a sustentabilidade em áreas rurais.

  1. A agropecuária tem importância central na economia da região. Como alcançar a neutralidade de carbono no setor?

As práticas agrícolas são as mais importantes para o desenvolvimento de baixo carbono. Algumas delas jogam muito carbono na atmosfera, como o fogo para limpeza de pastagem, ou abertura de novas áreas e a roça de toco, essas práticas consistem na queima da floresta para realizar o cultivo nas cinzas. A pastagem extensiva é outra prática pouco eficiente sob a perspectiva da neutralidade de carbono, pois faz com que o gado emita muito mais metano do que quando ele se alimenta em pastagens bem manejadas.  

Outras práticas, pelo contrário, sequestram o carbono da atmosfera: todas as técnicas que visam a cobertura e a proteção permanente do solo – plantio direto, curvas de níveis, terraços, cultivo de plantas de serviços em sistemas integrados -, a restauração florestal, a plantação de árvores em pastagens ou áreas cultivadas. Todas elas aumentam a produtividade das terras, valorizando o patrimônio das famílias que as ocupam. Muitos agricultores já têm os recursos e já dominam as tecnologias necessárias para adotar essas boas práticas. Para outros, projetos como o Terramaz, integrante do Paragoclima, ajudam agricultores e comunidades a dar os seus primeiros passos no desenvolvimento de baixo carbono, aumentando a renda do produtor, diminuindo o esforço do trabalho, tornando-o menos penoso. O projeto também faz pesquisas para medição de balanços carbono e balanço energético em propriedades parceiras.

Além do maquinário e de profissionais especializados para operá-los nas primeiras etapas de preparo da terra, os beneficiados recebem consultorias para ampliar a produção e reativar áreas devastadas e inférteis. É uma visão que vem revolucionando o modo de desenvolvimento da agropecuária e que conta com ciência e pesquisa aplicada por parceiros como Emater, Embrapa e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Há também diálogos com Banco da Amazônia e Banpará para desenvolver linhas de crédito adaptadas, e parcerias com a SEMA estadual para dar prioridade nos processos legais.

A primeira prioridade é aumentar a produção de alimentos em assentamentos e comunidades rurais ou indígenas sem usar o fogo. Nos últimos dois anos, foram implantadas “roças sem fogo” e manejos rotacionados de pastagens, em 21 comunidades, envolvendo diretamente 162 famílias. Em 2025, a nova etapa prevê a plantação de árvores nos sistemas produtivos, com funções de adubação verde, quebra-vento, dieta dos animais, conforto térmico para o gado e para os trabalhadores, além da aceleração do sequestro de carbono.

Lembrando que o primeiro passo, o principal, é deixar de usar o fogo para qualquer função agropecuária que seja: ele arrisca devastações em toda região, lança desnecessariamente toneladas de carbono na atmosfera, esteriliza os solos, mancha a reputação do município e afasta investidores.

  1. Atualmente, quais as comunidades beneficiadas diretamente pelas ações no setor de agropecuária?

Somando os beneficiados pelos Fóruns das Comunidades e pelas ações diretas de intensificação agropecuárias, são 39 comunidades rurais. Destas, seis são aldeias Tembé, representando o total de 431 famílias beneficiadas e 547 hectares manejados em áreas de agricultura, pecuária e agroflorestas, com populações indígenas, assentadas, colônias e fazendas. Também já foram realizadas avaliações de desempenho ambiental em 33 fazendas de médio e grande porte, totalizando 65.000 hectares avaliados no município.

  1. Em um programa focado no desenvolvimento, qual a importância de apostar na educação ambiental?

A educação, no sentido amplo, diz respeito a todo um novo conhecimento que uma pessoa, um profissional, ou até uma organização coletiva, pode adquirir. Neste sentido, o desenvolvimento de baixo carbono requer a aprendizagem de todos. O agricultor, e com eles todos os profissionais, aprendem a desenvolver as boas práticas de cultivo e abandonar aquelas que não correspondem mais aos parâmetros de sustentabilidade e eficiência energética que são cada vez mais exigidas pelo mercado (nacional e internacionalmente). Mas isso não encerra a questão. Os cidadãos, os consumidores, os investidores, toda a cadeia produtiva também precisa aprender a premiar quem faz o certo, e repudiar quem insiste em prejudicar o território por benefícios próprios.

Existe também um objetivo estratégico na educação escolar. Além da educação ambiental ser fundamental para ensinar a preservar a natureza, é importante mostrar as vantagens da agricultura, valorizar a figura do agricultor, e destacar a qualidade de vida nas comunidades rurais, dar importância ao rural como um todo (incluindo as dimensões sociais, econômicas e ambientais). Queremos combater a ideia de que só tem qualidade de vida quem mora na cidade, e defender a ideia que o campo é um espaço de progresso. A sustentabilidade dos nossos territórios necessita que haja comunidades rurais numerosas, organizadas, prósperas e atrativas.

Tal concepção de educação escolar recebeu o nome de Salas para o Futuro, e usa o programa Sistemas Agroflorestais (SAF) nas escolas para ensinar as crianças a arte de plantar árvores, cultivá-las e as acompanhar. Trata-se da educação agroambiental de forma transversal em todas as disciplinas, inclusive com o desenvolvimento de hortas e bosques nas escolas, onde serão cultivadas espécies regionais, como cacau e cupuaçu. Está também em desenvolvimento o material de apoio à essa nova educação agroambiental, que será disponibilizado online para que outras escolas e instituições possam usufruir.

 

1. Por que criar um programa de educação ambiental dentro de um projeto de desenvolvimento baixo carbono no município?

O Paragoclima é um programa cujo resultado depende integralmente da adesão de muitos setores da sociedade, de participação e engajamento nas ações por parte de vários segmentos. Mas as crianças, os jovens, as famílias e toda a comunidade escolar não podem ficar de fora porque representam a força da população.  Sem a sua compreensão e valorização do desenvolvimento de baixo carbono esse movimento de mudança ou transição não terá o enraizamento na profundidade necessária para acontecer.

Por isso, a educação ambiental com a temática das mudanças climáticas e do desenvolvimento de baixo carbono é tão importante no contexto do Paragoclima. Por meio das crianças e jovens, chegamos também nas famílias e ali estão pessoas que trabalham em diversos setores da economia local, desde o pequeno produtor rural até o grande pecuarista. Nesse sentido, além da formação de alunos e alunas que o Programa de Educação Ambiental Paragoclima vai promover, é importante contar com pequenos porta-vozes dessa causa e uma comunidade envolvida no desafio a partir das escolas de Paragominas.

2. Qual é o objetivo do Programa?

O Programa de Educação Ambiental Paragoclima – PEAP quer criar uma visão de futuro comum, baseada em benefícios sociais, econômicos e ambientais para todo(a)s e na busca de cada um(a) por melhoria da qualidade de vida no território. Para isso, vai levar ao conhecimento da comunidade escolar formada por professora(e)s, gestora(e)s, funcionário(a)s de apoio, aluna(o)s e famílias os desafios do Paragoclima e mostrar a importância da sua participação, informando como as mudanças climáticas e o desenvolvimento de baixo carbono, temas centrais do programa, afetam a vida de toda a população de Paragominas. 

Seus objetivos são estimular o protagonismo de estudantes como agentes de mudança, e apoiar educadora(e)s como mediadoras(es) do conhecimento; estabelecer as relações entre os conceitos apresentados e o cotidiano de crianças e adultos, de áreas rurais e urbanas, para dar sentido à aprendizagem e promover reflexões críticas da realidade, assim como desenvolver competências e habilidades previstas no EF I e EF II, integrando a educação ambiental à rotina escolar, promovendo a transdisciplinaridade e a interdisciplinaridade.    

3. Como é o perfil da população em idade escolar no município?

Na pirâmide etária de Paragominas, ao contrário do que acontece hoje no Brasil, a infância e a juventude são preponderantes e essas gerações precisam estar no centro das atenções para entender e atuar de forma consciente nesse tema, pelo seu próprio bem, já que se trata do seu futuro. Cerca de 25% da nossa população de 105.550 pessoas tem 0 a 14 anos de idade, enquanto no Brasil essa proporção é de menos de 20%. E indivíduos de 0 a 29 anos ultrapassam 50% da população de Paragominas, enquanto o Brasil tem cerca de 44% nessa faixa etária.

Ou seja, este é um município em que a infância e a juventude têm uma presença maior do que a média brasileira e um potencial de mudanças que se projeta por muitos anos à frente. É preciso enxergar isso como um bônus demográfico favorável para criar desde cedo uma cultura de responsabilidade socioambiental no território.

4. Quem será alcançado pelo Programa de Educação Ambiental Paragoclima?

O Programa de Educação Ambiental Paragoclima-PEAP é uma iniciativa aberta a todas as escolas de Paragominas. Seu conteúdo foi desenvolvido com foco em estudantes a partir do 4º ano do Ensino Fundamental I até o 9º ano do Ensino Fundamental II da rede municipal, cujos professores serão diretamente envolvidos.

Demais escolas do município que atendem alunos e alunas desta faixa etária – de 9 a 14 anos -, matriculado(a)s em redes estaduais e privadas ou que frequentem instituições de educação complementar no município, poderão baixar gratuitamente o material digital disponível no site paragoclima.com.br, caso queiram aplicar o programa.

O PEAP deverá alcançar cerca de oito mil alunos envolvidos diretamente na rede pública municipal, cujas equipes pedagógicas receberão material impresso. Ao todo, serão 63 escolas alcançadas e cerca de 480 professores. Além disso, todo esse material estará disponível em meio digital no site paragoclima.com.br, para ser acessado por outras escolas e, quem sabe poderá inspirar também outros municípios.

5. Quais os temas serão tratados neste programa?

Vamos tratar de temas como mudanças climáticas, a começar por conceitos básicos como o que é clima, qual a diferença entre efeito estufa e aquecimento global, por que os gases de efeito estufa aumentaram no planeta e também desenvolvimento de baixo carbono, abordando o que é desenvolvimento, os tipos de desenvolvimento, e o que quer dizer economia de baixo carbono, passando por quais atividades são responsáveis por aumentar o efeito estufa e o que é preciso para evitar as mudanças climáticas. 

Mas, para além de aprender sobre tudo isso, os estudantes serão motivados a entender seu papel nesse contexto. Por isso, a sequência didática prevê uma abordagem sobre o que nós podemos fazer e qual é o nosso papel nessa história, dando às crianças jovens mais protagonismo. Por fim, o programa pretende levá-los a transformar Paragominas no lugar em que querem viver e a pensar o que é preciso fazer diferente para que esse sonho comum se torne realidade, com uma cidade com mais qualidade de vida e bem estar. 

6. Como os educadores devem encarar o desafio de trabalhar temas tão complexos?

O conteúdo pedagógico deste programa vai tratar de assuntos que podem parecer difíceis à primeira vista, mas estão no nosso cotidiano e precisam ser entendidos. Expressões como  “desenvolvimento de baixo carbono” ou “mudanças climáticas” vão se tornar cada vez mais frequentes no nosso vocabulário dentro e fora da escola.

Para orientar a produção deste material e contar com o engajamento dos educadores na aplicação do PEAP, alinhamos todo o conteúdo ao Documento Curricular do Município (DCM), e à Base Nacional Comum Curricular. Desse modo, o programa vem contribuir com o planejamento pedagógico dos professores e não será mais uma atividade extra ao currículo, oferecendo inclusive tabelas que correlacionam as competências e habilidades previstas no DCM e na BNCC. 

Com uma abordagem transdisciplinar e interdisciplinar, o caderno do/a professor/a propõe conteúdos que atravessam as diferentes áreas do conhecimento, como Linguagens (Língua Portuguesa, Arte e Educação Física), Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas (Geografia e História), trazendo para o universo escolar questões que surgem a partir da comunidade e afetam a vida em sociedade.

7. Como o programa será implementado na prática?

Serão distribuídos 500 kits pedagógicos nas escolas da rede municipal , contendo Caderno do Professor, um jogo de tabuleiro e um cartaz didático de apoio. Além disso, o site paragoclima.com.br terá conteúdos desenvolvidos exclusivamente para apoiar as equipes docentes no seu trabalho. Assim, serão disponibilizados planos de aula para cada temática do Caderno do Professor, conteúdos complementares que podem ser acessados pelo celular via QRCode e documentos com as competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) que podem ser trabalhadas pelos professores de forma transversal nas disciplinas do currículo.

A proposta é apresentar conceitos básicos sobre mudanças climáticas e desenvolvimento de baixo carbono, que estão no centro das ações do Paragoclima, oferecer atividades pedagógicas que possam ser adaptadas pelos educadores para turmas de 4o ao 9o anos, considerando suas capacidades de intervir na realidade à sua volta , contextualizar e localizar no território de Paragominas os desafios, dando-lhes sentido de proximidade e de oportunidade de ação.

8. E como o programa pretende alcançar também as famílias?

Esperamos que o tema abordado desperte o interesse não só dos estudantes e professores de Paragominas, das áreas rurais ou urbanas, mas também de suas famílias. Afinal, estamos falando de um assunto que afeta todo mundo e vai ser importante para o futuro das nossas comunidades. Com atividades como exposições de trabalhos dos estudantes, a partir da produção de mapas e linhas do tempo, o programa  deve atrair também o interesse de pais e responsáveis sobre o tema.

Se toda a comunidade escolar se apropriar desse conhecimento, vamos transformar Paragominas em um lugar onde a população terá um propósito comum, e será capaz de agir em prol de mudanças positivas para o nosso bem viver, em condições econômicas, sociais e ambientais sustentáveis. Afinal, quem não quer viver em um lugar com menos resíduos, menos enchentes e outros desastres climáticos, com mais verde e mais saúde para todas as pessoas?

Como parte do Paragoclima, o PEAP é uma estratégia de construção de um novo modelo de desenvolvimento para Paragominas, em que as famílias e suas crianças ocupam um lugar central, porque busca garantir a elas o direito de viver em um lugar com qualidade de vida, com um ambiente saudável e oportunidades para o futuro.

9. Qual a função do jogo da Trilha do Bem-viver dentro do programa?

A ideia é que o jogo seja uma atividade pedagógica lúdica que facilite a compreensão de alunos e alunas sobre as questões climáticas e sobre as oportunidades de desenvolvimento de baixo carbono no lugar em que vivem, de forma mais contextualizada e próxima da sua realidade, dentro de Paragominas.

Sua proposta é apontar os desafios e as potencialidades que existem para o bem-viver de todo/as no do território, mostrando caminhos e soluções que envolvem seu futuro, valorizando as riquezas culturais, o patrimônio ambiental e a paisagem, por meio de uma trilha que percorre alguns dos temas mais relevantes para quem vive na Amazônia.

Trata-se de um jogo de trilha, conhecido por todos, em que se lança o dado para percorrer as casas. Neste caso, a proposta é que seja uma trilha de conhecimentos sobre Paragominas, nos aspectos ambientais e socioculturais, valorizando a convivência entre a população de Paragominas e o meio ambiente. Essa jornada tem caráter colaborativo e todos saem ganhando!

Essa jornada pelo Jogo Trilha do Bem-viver Paragoclima oferece interessantes passagens por vídeos, livros, curiosidades, informações e paisagens locais. E estimula o uso de tecnologias dentro da escola, como é o caso dos QRCodes, levando a uma experiência colaborativa que pode resumir o que se chama de saber viver na Amazônia, ao promover uma convivência harmoniosa entre a população e seu meio ambiente.

10. O que respalda a criação de um programa como este no município?

O Programa de Educação Ambiental Paragoclima está calcado em diretrizes como a da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA – lei nº 9.795, 27 de abril de 1999): “Art. 2º  A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”.

Além disso, o programa também está alinhado à Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC – lei nº 12.187, 29 de dezembro de 2009), que prevê como um dos seus instrumentos, no artigo 6º,  “medidas de divulgação, educação e conscientização” sobre o tema.

 

Signatários do Pacto Paragoclima

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